Mini-teste
Autopercepções
O que são as autopercepções?
As autopercepções são valores e signifcados que cada um recebe acerca de tudo o que o rodeia, com base nas suas experiências e interpretações. Este conceito é observado desde a época da filosofia grega, mas foi considerado com maior importância ainda antes do século XX, em que se realizaram os estudos das actuais conceitualizações, através de trabalhos de James, Adler, Mead e Cooley. Não obstante, durante o último século o tema das autopercepções emergiu com um papel central na psicologia, principalmente em trabalhos relacionados com a auto-estima.
Existem algumas problemáticas relativamente às variáveis que associam a autopercepção ao self, destacando-se as seguintes:
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Temas e definições teóricas que designam a autopercepção (auto-estima; auto-representação; auto-conceito; auto-competência; entre outras);
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Questão do modelo explicativo das variáveis, em que a autopercepção se pode tratar de um constructo composto por diversos domínios, ou de uma medida global;
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Dúvida da estabilidade da autopercepção, isto é, se é um estado ou um traço de personalidade.
Isto tudo exige formas de mensuração e instrumentos de avaliação divergentes, para se poder analisar e avaliar a autopercepção.
Harter refere a "Escala de Autopercepção de Harter para Adolescentes", em que indica a diferença essencial entre os termos que se referem à autoavaliação do self, se está na presença ou ausência de um julgamento de valor. Esta escala é uma adaptação de uma outra idêntica para crianças, seguindo, então, os msmos moldes, tendo sido realizada com o intuito de avaliar julgamentos referentes a características específicas, assim como para obter uma avaliação global da autopercepção.
Dividiu-se em cinco percepções:
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Competência escolar - avalia-se como é o desempenho do aluno na sala de aula e o quão inteligente ele se julga ser;
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Aceitação social - investiga-se a facilidade de relacionamento do aluno, através da análise da quantidade de amigos, o grau com que é aceite pelos seus pares e através do quanto se sente popular;
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Competência atlética - avalia-se o quanto é bom o desempenho do aluno no desporto e nas actividades físicas;
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Aparência física - verifica-se se o adolescente se sente satisfeito ou não com o seu corpo;
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Comportamento - verifica-se se o aluno age de forma correcta e se evita situações problemáticas.
Porém, nesta escala para os adolescentes foram acrescentados mais três domínios:
1. Trabalho – verifica-se se o aluno está apto para realizar actividades laborais e se sente que tem um bom desempenho nas suas tarefas;
2. Namoro – verifica-se se o adolescente se sente atraente, se se consegue relacionar com quem deseja;
3. Amizade – se o aluno consegue fazer amigos e se consegue compartilhar questões pessoais.
Que interesse poderá ter para o professor de educação física?
O conceito de autopercepção pode ser muito importante para o professor, pois permite-lhe conhecer os alunos e saber como é que eles se consideram a si próprios em vários domínios (competência escolar, competência atlética, aceitação social, aparência física, trabalho, namoro, comportamento, amizade e auto-estima). Ao saber como o aluno se vê a si mesmo, o professor poderá saber melhor como lidar com os jovens, como leccionar as aulas, como fazer melhorar de forma mais eficaz as dificuldades dos alunos.
A autopercepção permite um maior conhecimento, uma partilha entre o aluno e o professor, possibilitando facilidades ao docente para saber melhor como agir.
Que implicações para a prática?
Para um professor de Educação Física a autopercepção do aluno permite informar o docente de como cada jovem se sente e identifica em domínios essenciais para momentos práticos, como a competência escolar e a competência atlética, o comportamento e a auto-estima. Apesar de outros componentes também complementarem a informação do professor, estes acima referidos permitem um melhor conhecimento das capacidades que cada aluno tem ou considera ter para a prática de Educação Física, podendo facilitar ao professor a elaboração dos planos das aulas, conforme os conhecimentos de cada turma.
História da Psicologia da Educação
Para mim, todas as apresentações estavam muito boas, mas, sem dúvida que aquela aula teórica de apresentações de trabalhos pode ser definida em dois conceitos: criatividade e diversidade. Cada grupo procurou inovar, ensinar de forma diferente do comum. Penso que esse aspeto foi o melhor que se pôde tirar das apresentações. Isto porque, através da visualização das mesmas e sabendo que seremos futuros professores, podemos tirar partido daquelas diferentes estratégias de ensino-aprendizagem e colocá-las em práticas nas nossas aulas.
No entanto, penso que alguns grupos preocuparam-se muito em inovar e "animar", mas esqueceram-se do fundamental: transmitir a matéria aos alunos... Enquanto que uns optaram pela "típica" apresentação no power point, mas fizeram chegar, de certa forma, o conteúdo aos alunos, outros inovaram e divertiram imenso (por exemplo, através de representações ou debate), mas para fazer chegar a matéria aos alunos, limitaram-se a ler...
Apesar de tudo, foi uma aula bastante interessante e produtiva, tanto para o conhecimento específico de psicologia da educação e da sua história, como para o nosso futuro enquanto professores.
De entre todas as diversas e diversificadas apresentações, que percorreram toda a história da psicologia da educação, desde o período a.C. até aos dias de hoje, incluindo autores estrangeiros e portugueses, tais como (por ordem cronológica): Confúcio, Sócrates, Aristóteles, Epicuro, Sêneca, Quintiliano, Tomas de Aquino, Carlos Magno, Michel Montaigne, Martinho Lutero, Jean-Jacques Rousseau, Johann Pestalozzi, Jean Piaget, Vigotsky, Carl Roger, Benjamim Bloom, Agostinho da Silva, Luiza Cortesão, entre outros... penso que muito se pode retirar e aplicar na prática docente. Assim, de uma forma muito sucinta:
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a educação primitiva incidia sobre saber, fazer, ser e estar. Daqui podemos retirar que o professor deve possuir conhecimento geral e específico (saber), agir (fazer), ter uma atitude correta (estar) e ser um exemplo para os alunos (ser);
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as contribuições que retirei sobre Sócrates referem que o professor é um orientador de conhecimento, deve ter a consciência de que "nada sabe", isto é, por muito que saiba, nunca irá saber tudo, bem como deve, antes de qualquer outra coisa, conhecer a ele próprio;
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através da análise do mito da caverna (Aristóteles), posso concluir que não se devem sancionar os alunos que tragam "coisas" novas;
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Epicuro vê o desporto na sua componente lúdica. Desta forma, o professor pode e deve ensinar o desporto, mas nunca descorando a sua vertente lúdica;
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o professor deve dar algum valor à aprendizagem por imitação (Sêneca);
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segundo Quintiliano, devemos reconhecer as diferenças individuais. Esta facto é muito importante na profissão docente;
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para Montaigne, o homem deve ser um ser honesto. Não só o homem, como também o professor...;
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o professor deve procurar uma constante reciclagem de conhecimentos (António Nóvoa);
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segundo Luiza Cortesão, o professor deve ter em conta e valorizar a heterogeneidade na sala de aula, isto é, não vê-la como um obstáculo, mas sim como uma mais-valia.
Professor inclusivo, promotor de saúde e
que quer desenvolver positivamente os seus alunos
Define por palavras tuas que caraterísticas deverá ter o professor acima indicado.
Nos dias que correm assiste-se a um aumento significativo de situações de vulnerabilidade na população escolar derivada da crescente percentagem de alunos oriundos de outros países, da progressão de comportamentos de risco ou da dificuldade de inserção profissional à saída da escolaridade básica ou secundária. Esta multiplicidade de problemas exige uma multiplicidade de respostas que, para serem eficazes, devem obedecer ao princípio comum:
Escola Inclusiva para TODOS!
Na minha opinião, o professor acima indicado deverá acolher todas as crianças independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Deverá também visar o acesso de todas as crianças a uma educação básica, obrigatória, gratuita e equitativa, bem como ser um promotor de saúde, sendo que a promoção da Saúde é um processo que visa criar as condições que permitam aos indivíduos e aos grupos, controlar a sua Saúde, a dos grupos onde se inserem e agir sobre os factores que a influenciam (OMS, carta de Otawa, 1986). O professor deverá ainda desenvolver positivamente os seus alunos, ou seja, desenvolver um conjunto de estratégias que qualquer programa ou modelo de programa pode adoptar para ajudar na orientação da juventude numa transição bem sucedida para idade adulta.
Elenca algumas das estratégias que podem/devem ser usadas por esse professor na sua intervenção.
Algumas estratégias que podem/devem ser usadas por esse professor na sua intervenção são:
- organizar o currículo de forma flexível, tendo em conta a diversidade das necessidades individuais dos alunos;
- fazer com que os alunos interajam entre si, independentemente das suas características pessoais;
- comunicar e cooperar com outros professores, bem como com os encarregados de educação;
- participar em projetos escolares;
- planear aulas diferentes e motivadoras para TODOS;
- criar, emancipar, ensinar, divertir e interagir;
- utilizar os recursos mais importantes que têm um impacto direto na aprendizagem e participação dos alunos não devem apenas estar juntos, mas, acima de tudo, aprender juntos...